sábado, 28 de janeiro de 2012

MUSEU FOURNIER DE CARTAS DE ÁLAVA



Considerada atualmente um dos mais importantes museus de cartas de todo mundo, essa instituição nasceu como fruto da paixão de colecionador de Félix Alfaro Fournier, neto do fundador da famosa dinastia alavense de fabricantes de baralhos. Felix inspirou-se no Museu de Cartas de Bielefeld, na Alemanha - hoje denominado Deustsches Spielkarten Museum -, para organizar sua coleção e instalar, inicialmente no próprio edifício da empresa Heraclio Fournier S.A., o que seria a semente do atual Museu Fournier de Cartas de Álava.
A coleção começou com dois baralhos espanhóis do século XIX que o avô de Félix guardava em seu escritório, um deles com figuras de inspiração mitológica, fabricado em Madri, em 1815, por Josef de Monjardín, e outro impresso em 1839, em Barcelona, por J.J. Maciá.
Dali em diante, Félix aproveitou todas as oportunidades que lhe ofereciam suas viagens dentro e fora da Espanha para comprar, em antiquários e pequenas feiras de objetos usados, baralhos produzidos em todas as partes do mundo, de diversas épocas. Aos poucos, o incipiente museu, cujo acervo alcançou considerável importância desde os primeiros momentos, foi se enriquecendo ainda mais com doações de particulares, de colecionadores e, especialmente, de fabricantes de cartas de vários países.




De forma indireta, o desenvolvimento industrial da Espanha no início do século XX influiu no crescimento do Museu de Cartas de Álava. A área de produção de baralhos instituiu a União dos Fabricantes de Cartas da Espanha, à qual se integraram, entre outras, as empresas  Gabarró, Guarro y Torras e Lléo. No entanto, apesar dos esforços da associação, os graves problemas do setor fizeram com que, nas décadas de 30 e 40, a maior parte das marcas espanholas, inclusive as citadas, fosse adquirida por Fournier. Isso permitiu agregar ao acervo do museu exemplares representativos de toda a produção das empresas absorvidas - praticamente todas as espanholas, à exceção de Naipes Comas.
Outro fato importante para o incremento do acervo do museu ocorreu em 1970, quando Félix Alfaro Fournier conseguiu adquirir os exemplares que faziam parte da coleção da empresa inglesa Thomas de la Rue, fábrica que tivera excepcional importância na produção de baralhos na primeira metade do século XIX, mas que deixou de fabricá-los para concentrar seus objetivos em outros produtos. A coleçao Thomas de la Rue, além de ser muito significativa no que se refere à produção inglesa de baralhos em todas as épocas, também o é quanto a baralhos de diversos outros países. Com sua incorporação, o museu alcançou definitivamente destaque universal, situando-se hoje entre os melhores de seu gênero em todo o mundo.
Em 1984, a administração da província de Álava comprou da empresa Heraclio Fournier S.A. todos os baralhos (aproximadamente 3.400) que integravam, na época, a coleção reunida por Félix Alfaro Fournier. Em homenagem ao fundador daquela companhia e ao homem que a dirigiu durante muitos anos, o museu se denominava atualmente Museu Fournier de Cartas de Álava (Arabako Fournier Karta Museoa).
Após 1984, retomou-se o processo de aquisição regular de cartas procedentes de vários lugares do mundo. Para essa finalidade, os administradores recorreram aos principais fabricantes, a leilões internacionais, a comerciantes e a particulares especialistas no assunto. Ao mesmo tempo, continuam sendo consideráveis as doações de pessoas e de empresas, entre as quais se destaca particularmente a própria Naipes Heraclio Fournier S.A. Tudo isso garantiu que, na atualidade, o acervo do museu já conte com mais de 17.500 exemplares. Isso exigiu, há alguns anos, a transferência da instituição para um espaço mais adequado à conservação e à exibição do acervo.
O lugar escolhido foi o Palácio de Bendaña, um monumento de especial destaque histórico e artístico. Essa magnífica construção, que conserva parte de uma torre de origem medieval construída na época de Afonso X, o Sábio, foi erguida por volta de 1525 por ordem de Juan López de Arrieta, procurador da Real Audiência de Valladolid. Restaurado e reabilitado para uso pelo Departamento de Urbanismo, Arquitetura e Meio Ambiente da administração de Álava, o Palácio de Bendaña é um singular exemplo da arquitetura renascentista em Vitoria-Gasteiz e o marco excepcional no qual se localiza o Museu Fournier de Cartas de Álava.

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