domingo, 4 de março de 2012

BLACKJACK






Origem: o jogo francês vingt-et-un
Baralho: Inglês (usando-se até seis, dependendo do país e do cassino)
Nº de naipes: 52 por baralho
Jogadores: sentados, no máximo 7 por mesa; de pé, número ilimitado
Duração da partida: a critério do jogador
Dificuldade: 1
Tipo de jogo: bancado




Um dos jogos de cartas mais usuais em cassinos, o blackjack tem entre seus atrativos o fato de permitir ao apostador controlar suas próprias mãos e fazer os jogos segundo sua própria vontade, embora em momento algum lhe seja permitido tocar nas cartas. Na foto, mesa de blackjack num cassino em Las Vegas.


JOGADORES

O blackjack é praticado nos cassinos em mesas especiais, de formato semicircular, cobertas com um pano de feltro, a carpeta, no qual estão assinaladas as posições - até um máximo de sete - que podem ser ocupadas pelos jogadores. Estes ficam sentados ou de pé, se preferirem.
Os jogadores sentados são os verdadeiros participantes do jogo. Os que ficam de pé somente podem apostar nos jogos feitos pelos sentados, sempre com o consentimento destes e dentro dos limites da aposta máxima de cada posição. No entanto, para qualquer outro efeito, esses apostadores são considerados simplesmente "sapos" e, nessa condição, não podem dar palpites ou instruções. Devem-se limitar a aceitar as iniciativas e critérios dos jogadores efetivos.
O número máximo de jogadores sentados aos quais se permite participar do jogo não pode ultrapassar o número de posições de aposta assinaladas no pano da mesa.
Também não se consente que alguém sente à mesa sem que pretenda tomar parte no jogo. Em compensação, quando há posições vagas na mesa, os jogadores sentados podem jogar com várias mãos apostando nas posições livres, como se fossem jogadores distintos (em alguns cassinos, quando há apenas um jogador sentado, pede-se a ele que jogue em mais de uma posição).
Cada uma dessas posições é considerada individualmente e segue a ordem normal de distribuição e de pedido de cartas.
Além disso, dentro dos limites de aposta estabelecidos, um jogador sentado pode apostar no jogo de qualquer outro jogador sentado, desde que conte com o consentimento deste (portanto, nas mesmas condições permitidas aos apostadores de pé).





A mesa de blackjack é semicircular e dispõe de até sete lugares para os jogadores, que ficam diante do crupiê. No pano são assinalados os campos para o depósito das apostas.



BARALHOS

Pratica-se o blackjack com um ou vários baralhos ingleses de 52 cartas. Em alguns países é obrigatório usar seis baralhos - três deles com costas de certa cor e três com costas de outra cor.


VALOR DAS CARTAS

No blackjack, qualquer figura - valete (J), dama (Q) e rei (K) - vale 10 pontos, enquanto o valor do ás varia segundo a conveniência do jogador, que pode atribuir a ele 1 ou 11 pontos. Cada uma das demais cartas tem valor igual ao do próprio número; assim, o dez vale exatamente o mesmo que qualquer das figuras. Por essa razão, não se faz distinção entre essas cartas - o dez, o valete, a dama e o rei são todos chamados simplesmente de dez. Qualquer um deles associado a um ás propicia um natural ou blackjack, ou seja, o jogo máximo (21 pontos com apenas duas cartas).


EQUIPE DO BLACKJACK

A mesa de blackjack é comandada por um crupiê, que dirige as partidas , embaralha as cartas e as distribui aos jogadores, paga as apostas vencedoras, recolhe as perdedoras e joga em nome do cassino. Ao jogar, ele segue regras muito estritas - escritas no pano da mesa -, que fazem com que sua participação seja quase puramente mecânica.
O crupiê serve-se até um máximo de 17 pontos somados em suas cartas. Enquanto o valor total não chegar a 17, ele vai dando cartas a si próprio; com 17 ou mais, ele pára (ou fica). O que significa que não especula com o jogo dos jogadores (enquanto estes podem fazê-lo com seus companheiros de mesa).
O fiscal, ou chefe de mesa, controla o jogo e resolve problemas que possam surgir no transcurso de cada partida. Em alguns casos, o fiscal pode cuidar de duas mesas ao mesmo tempo.


APOSTAS

Diferentemente do que ocorre na maioria dos jogos de cartas, no blackjack aposta-se primeiro e joga-se depois. A primeira coisa que o jogador faz numa mesa de blackjack é colocar as fichas de sua aposta no campo correspondente à sua posição. A aposta deve se situar entre os limites mínimo e máximo estabelecidos para a mesa (os valores variam de mesa para mesa, a critério do cassino, e são claramente indicados em cada uma delas). Sobre o jogo de um jogador sentado, sempre com o consentimento deste, podem ser feitas apostas adicionais, por parte tanto de outros jogadores sentados quanto de apostadores de pé, com a única limitação de que o total das apostas não supere o máximo permitido para o jogo.


AS POSSIBILIDADES DO BLACKJACK

O blackjack como vimos, é disputado entre cada jogador e o cassino, representado pelo crupiê. A única influência de um dos jogadores sobre o jogo dos demais está na pedida ou não de cartas, já que isso modificará a carta que o crupiê servirá a si próprio, por ser o último a jogar.
Jogo simples: Cada jogador recebe duas cartas (em dois turnos) do crupiê, que só se serve de uma no primeiro turno da distribuição. O crupiê serve-se da segunda carta apenas quando chegar novamente a sua vez, após o último jogador.
Se, como resultado dessa distribuição, o crupiê fizer um natural, ele recolhe as apostas dos jogadores, exceto as daqueles que também tenham conseguido um natural - eles empatam com o crupiê e não perdem suas apostas. O crupiê recolhe as cartas e começa a distribuição para uma nova rodada.
Para jogar, cada apostador deve esperar sua vez. O movimento é sempre da esquerda para a direita do crupiê. Como estão sentados diante do crupiê, cada qual joga em seguida ao término do jogo daquele que está situado imediatamente à sua direita.
Os jogadores podem pedir cartas adicionais enquanto o valor total de suas cartas não ultrapassar 21 pontos. Ou, se preferirem, podem ficar com qualquer valor.
Se o valor das cartas for 21 pontos, mas num jogo que não forma um natural - ou seja, se os 21 foram obtidos com mais de duas cartas -, o apostador só perde se o crupiê conseguir um natural.
Se o valor das cartas de um jogador superar 21 pontos, diz-se que ele estourou. Por esse motivo, perderá sua aposta, que será recolhida pelo crupiê.
Quando o jogador consegue um natural (21 pontos com apenas duas cartas), ele recebe da banca uma vez e meia o valor de sua aposta, exceto no caso de o crupiê também ter feito um natural. Nessa hipótese, os dois jogos empatam e o apostador nem perde nem ganha.
O crupiê serve-se de cartas até chegar a obter no mínimo 17 pontos; com 16 pontos, ou menos, é obrigado a pedir mais cartas para si próprio. Se estourar (ultrapassar 21 pontos), ele perde automaticamente o jogo e paga as aposta que ainda estejam sobre a mesa (as dos jogadores que não estouraram). Se não atingir 21 pontos, mas superar 16, ele deve anunciar sua pontuação e, da esquerda para a direita, recolher as apostas dos jogadores que tenham pontuação inferior à sua ou pagar as daqueles que a superaram. Jogos de igual valor se anulam -o jogador nem perde nem ganha.
Todas as apostas são pagas na proporção de 1 por 1, exceto, como dissemos, no caso de um blackjack (1,5 por 1).
Seguro. Quando a primeira carta do crupiê é um ás, os jogadores têm a possibilidade de fazer um seguro contra um possível blackjack da banca.
O crupiê oferece essa possibilidade a todos os jogadores, que podem aceitá-la antes de que o primeiro deles comece a jogar, ou seja, antes que este fale para pedir carta ou para ficar.
O seguro é feito depositando-se uma importância em fichas na área destinada a esse fim, situada diante dos jogadores. Esse valor pode chegar, no máximo, à metade da aposta feita pelo jogador.
Ao chegar novamente sua vez, o crupiê serve-se de uma segunda carta, que, sendo um dez, formará um blackjack. Nesse caso, ele recolhe as apostas perdedoras (todas, exceto as correspondentes a blackjacks, que empatam com seu jogo) e paga os seguros, à razão de 2 por 1.
Quando não fez blackjack, o crupiê recolhe as fichas dos seguros e cobra ou paga as diversas apostas, como no jogo simples, ao terminar sua jogada.
Pares. Quando as duas primeiras cartas recebidas têm igual valor, o jogador pode desdobrar seu jogo em duas mãos independentes. Se assim decidir, ele separa as duas cartas e coloca junto à segunda uma aposta igual à sua inicial.
Cada carta dessas é parte de um jogo independente e os limites mínimo e máximo de cada uma deles devem ser considerados também isoladamente, assim como seus respectivos valores e resultados (obter blackjack em um deles não implica cobrar 1,5 vez a aposta dos dois jogos; estourar em um deles não significa perder a aposta dos dois).
Sobre cada uma das cartas separadas joga-se da direita para a esquerda, nas condições indicadas para o jogo simples. Se o jogador formar novo par, poderá desdobrá-lo e fazer outra aposta igual.
No caso de o jogador possuir duas cartas dez e pretender desdobrá-las (sem esquecer que as duas juntas somam um bom jogo, de 20 pontos), não é preciso que elas sejam de índice igual. (Vale mencionar ainda uma vez: no blackjack há quatro cartas chamadas de dez por valerem, cada qual, 10 pontos -o próprio dez, o valete, a dama e o rei).
Existem duas limitações no que se refere ao jogo de pares. Na hipótese de desdobrar dois ases, o jogador só pode pedir uma carta sobre cada um deles. Por outro lado, no caso de haver um desdobramento de dois ases ou de duas cartas dez, se o jogador totalizar 21 pontos em algum dos dois jogos (ou em ambos) com apenas mais uma carta, não se considera que ele fez um blackjack. A aposta só é paga pelo seu valor (e não por 1,5 vez) e o jogador pode até perder, se o crupiê tiver feito um blackjack.
Aposta dobrada. Quando suas duas primeiras cartas somadas valem 9, 10 ou 11 pontos, o jogador pode dobrar a aposta. Nesse caso, somente receberá uma carta suplementar.
Essa possibilidade é admitida em todos os jogos, inclusive no caso dos pares.





1. Caixa (de dinheiro)
2. Cartas queimadas
3. Zona para as cartas dos jogadores
4. Campo para as apostas
5. Crupiê
6. Caixa (de fichas)
7. Caixa (de gratificações)
8. Zona de jogo da banca
9. Campo para os seguros



INÍCIO DA PARTIDA


Antes de começar uma partida o crupiê deve realizar estas operações: retirar do depósito apropriado as caixas fechadas dos baralhos, abri-las e misturar as cartas.
Os baralhos são retirados do depósito no momento em que vão ser utilizados. Sendo novos, suas caixas devem ser abertas sobre a mesa de jogo, permitindo que público e jogadores comprovem, se desejarem, que os fitilhos de lacre estão intactos. Em seguida, o crupiê as abre sobre a mesa, para que se possa constatar que não se modificou a ordem de colocação original do fabricante. Feito isso, ele as conta, coloca-as novamente sobre a mesa e passa a misturar as cartas de cada baralho, com elas agora de face para baixo. (Cartas utilizadas em partidas anteriores são misturadas do mesmo modo).
A mistura deve ser feita dividindo-se cada baralho em grupos menores. O crupiê deve segurar as cartas com os dedos separados e não as levantar da mesa. Nenhuma carta pode ser separada ou marcada.
Terminados esses procedimentos prévios, os maços formados por cada um dos baralhos - misturados e embaralhados separadamente, pelo menos três vezes cada um -são reunidos, cortados e oferecidos a um dos jogadores, para um novo e definitivo corte. Depois disso, o crupiê coloca um separador ou bloqueio próximo ao final dos baralhos, deixando como reserva, atrás dele, uma quantidade de cartas que será equivalente, no mínimo, à necessidade de uma partida. Após essas operações, o crupiê introduz todo o conjunto de cartas no distribuidor (ou sabot).
Uma vez colocadas as cartas no distribuidor, o crupiê retira as cinco primeiras, que não participarão do jogo, e começa a dar cartas aos jogadores.
Durante o jogo, ao término de cada talha e antes de efetuar a mistura, o crupiê deve dividir as cartas em duas pilhas: uma com as abertas e outra com as fechadas. Depois disso, deve virar a primeira pilha sobre a segunda e passar a misturá-lhas na forma anteriormente descrita.




DESENVOLVIMENTO DO JOGO


No blackjack não se permite que os jogadores toquem as cartas. O crupiê dá uma delas a cada um dos jogadores e uma a si próprio, todas com a face para cima. Depois, faz uma segunda distribuição, com as cartas também abertas, somente para os jogadores; nesse momento, portanto, os jogadores ficam cada qual com duas cartas e o crupiê com uma. Se esta carta for um ás, ele convida os jogadores a fazerem seguro. Em seguida, passa a atender aos pedidos de carta de cada um deles, começando pelo que está a sua esquerda e seguindo até ter procedido assim com todos. Só então ele faz seu jogo, de acordo com a regra dos 17 (até 16 pontos, a banca pede cartas; a partir de 17, fica).
Após fazer seu jogo, o crupiê realiza o pagamento e o recolhimento de apostas, segundo cada caso, e passa a recolher as cartas, colocando-as num deposito existente sob a mesa, dotado de uma abertura semelhante à de uma caixa de correio.
Quando, no transcurso do jogo, o separador aparece no sabot, o crupiê informa o fato aos jogadores e ao público e avisa que a rodada atual é a última da partida. Em alguns cassinos, suspende-se a partida nesse exato momento, anulando-se as jogadas em curso.
Terminada essa rodada, o crupiê faz a mistura de todas as cartas (as do depósito e as que ainda estão no sabot) e a preparação das cartas no sabot, para prosseguir com as apostas e o jogo até o momento em que se feche a mesa, devido ao horário de funcionamento do cassino ou a regras interna da casa. (Quando há poucos jogadores em certas mesas, estas vão sendo fechadas e os jogadores são convidados a se agrupar nas que permanecem abertas).
Incidentes. Todos os incidentes do jogo - por exemplo, o caso de um apostador que informa não ter sido compreendido em seu desejo de ficar e, por engano, o crupiê lhe deu uma carta -devem ser dirimidos pelo fiscal.
Se uma carta aparecer de face para cima no distribuidor, deve ser eliminada do jogo e passar dali diretamente para o depósito de cartas usadas.






Blackjack ou natural: 11 pontos do ás, mas 10, neste caso do valete. É o maior dos jogos.






PARTIDA COMENTADA



As partida de blackjack desenvolvem-se em torno das clássicas mesas semicirculares próprias para esse jogo. Na parte curva podem sentar-se tantos jogadores quantas posições estejam indicadas na mesa (que nunca ultrapassam sete). Na parte reta, que às vezes tem um pequeno vão, acomoda-se o crupiê, que representa o cassino, dá as cartas e paga, ou recolhe, as apostas. Na mesa aparece em letras grandes a regra básica do jogo: "O crupiê tem que ficar com 17 e pedir carta até 16".







1 Os jogadores (A, B, C, D, E, F e G) ocupam seus lugares em torno da mesa. Cada um deles coloca uma ficha de 1.000 no retângulo que lhe corresponde na mesa e espera que o crupiê dê cartas para iniciar a partida.




2 O crupiê dá uma carta a cada jogador e uma a si próprio. Para alguns jogadores (A, D, E, F) as perspectivas não parecem muito favoráveis. Mas sempre existe a possibilidade de o crupiê estourar. O crupiê dá uma segunda carta aos jogadores.




3 Como tem um ás, o crupiê pergunta aos jogadores se querem fazer seguro contra o blackjack. (A,D, E e F) dizem sim e colocam o equivalente à metade da aposta inicial diante de si, no campo próprio para isso. A partir desse momento, o jogo se desenvolve individualmente para cada apostador.




4 A tem par, não desdobra seu jogo e, com as duas cartas seguintes que pediu, consegue 18 pontos.




5 Como B já tem blackjack, nada mais lhe resta senão esperar o jogo do crupiê.




6 C recebeu dois dez. Como tem 20 pontos, também se limita a esperar o jogo do crupiê.




7 D tem 11 pontos e dobra sua aposta. E dá sorte, porque recebe um rei e com ele completa 21 pontos.




8 Pedindo mais três cartas, E faz 23 pontos e portanto estoura. O crupiê recolhe as cartas e a aposta desse jogador.




9 F não desdobra o jogo. Pede carta, com a qual soma 10 pontos. Com a seguinte, chega a 19 pontos.




10 Como C, G também tem dois dez (20 pontos), razão por que não pede carta.




11 Agora joga o crupiê. Como não faz blackjack, recolhe as fichas dos seguros.




12 Com suas duas cartas, o crupiê tem apenas 15 pontos (11 mais 4). Por não ter chegado a 17, deve servir-se de outra carta. Com esta, soma 19 pontos, superando os 17 do limite. Por isso, fica. Embora perca da maioria dos jogadores, não tem possibilidade de chegar a 20 ou a 21, o que permitiria ganhar deles (deve-se considerar que o duplo valor do ás lhe daria uma margem de 10 pontos para não estourar). Sob regras muito estritas para manobrar, o crupiê foi obrigado a ficar. Por outro lado, se sua terceira carta tivesse sido um sete ou outra valendo mais de sete, o ás só teria valido 1 ponto e ele teria de 12 (com um sete) a 15 (com um dez) pontos, e com isso deveria pedir outra carta. Ganha de A (E já não conta), perde de B, C, D e G, e empata com F. Recolhe a aposta de A e paga 1.500 a B, 1.000 a C e a G, e 2.000 a D. F nem perde nem ganha.



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